sábado, 28 de agosto de 2010

Os Viajantes e a Bolsa de Moedas


Dois homens viajavam juntos ao longo de uma estrada, quando um deles encontrou uma bolsa cheia de alguma coisa. E ele disse: "Veja que sorte a minha, encontrei uma bolsa, e a julgar pelo peso, deve estar cheia de moedas de ouro."

E lhe diz o companheiro: "Não diga encontrei uma bolsa; mas, nós encontramos uma bolsa, e quanta sorte temos. Amigos de viagem devem compartilhar as tristezas e alegrias da estrada."

O "sortudo", claro, se nega a dividir o achado. Então escutam gritos de: "Pega ladrão!", vindo de um grupo de homens armados com porretes, que se dirigem, estrada abaixo, na direção deles. O viajante "sortudo", logo entra em pânico, e diz. "Estamos perdidos se encontrarem essa bolsa conosco."

Replica o outro: "Você não disse 'nós' antes. Assim, agora fique com o que é seu e diga, 'Eu estou perdido'."
Autor: Esopo

Moral da História:
Não devemos exigir que alguém compartilhe conosco as desventuras, quando não lhes compartilhamos também as nossas alegrias.

As Formigas e o Gafanhoto


Num brilhante dia de outono, uma família de formigas se apressava para aproveitar o calor do sol, colocando para secar, todos os grãos que haviam coletado durante o verão. Então um Gafanhoto faminto se aproximou delas, com um violino debaixo do braço, e humildemente veio pedir um pouco de comida.

As formigas perguntaram surpresas: “Como? Então você não estocou nada para passar o inverno? O que afinal de contas você esteve fazendo durante o último verão?”

E respondeu o Gafanhoto: “Não tive tempo para coletar e guardar nenhuma comida, eu estava tão ocupado fazendo e tocando minhas músicas, que sequer percebi que o verão chegava ao fim.”

As Formigas encolheram seus ombros indiferentes, e disseram: “Fazendo música, todo tempo você esteve? Muito bem, agora é chegada a hora de você dançar!”
E dando às costas para o Gafanhoto continuaram a realizar o seu trabalho.
Autor: Esopo
Moral da História:
Há sempre um tempo para o trabalho, e um tempo para a diversão.

Os Dois Viajantes e o Urso


Dois homens viajavam juntos através de uma floresta, quando, de repente, um enorme urso surgiu do meio de um moita, à frente deles.

Um dos viajantes, pensando em sua própria segurança, correu e subiu numa árvore.

O outro, incapaz de enfrentar aquela enorme fera sozinho, deitou-se no chão e permaneceu imóvel, fingindo-se de morto. Ele já escutara que um Urso não toca em corpos de mortos.

Isso pareceu ser verdadeiro, pois o Urso se aproximou dele, cheirou sua cabeça de cima para baixo, e então, aparentemente satisfeito e convencido que ele estava morto, foi embora tranquilamente.

O homem que estava em cima árvore então desceu. Feito isso, ele perguntou:

“Me pareceu que o Urso sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O que ele lhe disse?”

“Ele disse,” respondeu o outro, “que não é nada sábio e sensato de minha parte andar na companhia de um amigo que me deixa na mão em um momento de aflição”. xxxx

Autor: Esopo
Moral da História:
“A crise é o melhor momento para nos revelar quem são os verdadeiros amigos.”

A Águia e a Gralha


Uma Águia, saindo do seu ninho no alto de um penhasco, capturou uma ovelha e a levou presa às suas fortes garras. Uma Gralha, que testemunhara a tudo, tomada de inveja, decidiu que poderia fazer a mesma coisa.

Ela então voou para alto e tomou impulso, e com grande velocidade, atirou-se sobre uma ovelha, com a intenção de também carregá-la presa às suas garras.

Ocorre que estas acabaram por ficar embaraçadas no espesso manto de lã da Ovelha, e isso a impediu inclusive de soltar-se, embora o tentasse com todas as suas forças.

O Pastor das ovelhas, vendo o que estava acontecendo, capturou-a. Feito isso, cortou suas penas, de modo que não pudesse mais voar. À noite a levou para casa, e entregou como brinquedo para seus filhos.

"Que pássaro engraçado é esse?", perguntou um deles.

"Ele é uma Gralha meus filhos. Mas se você lhe perguntar, ele dirá que é uma Águia."
Autor: Esopo
Moral da História:
Não devemos permitir que a ambição nos conduza para além dos nossos limite

A Formiga e a Pomba


Uma Formiga foi à margem do rio para beber água, e sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.

Uma Pomba, que estava numa árvore sobre a água observando a tudo, arranca uma folha e a deixa cair na correnteza perto da mesma. Subindo na folha a Formiga flutua em segurança até a margem.

Eis que pouco tempo depois, um caçador de pássaros, oculto pelas folhas da árvore, se prepara para capturar a Pomba, colocando visgo no galho onde ela repousa, sem que a mesma perceba o perigo.

A Formiga, percebendo sua intenção, dá-lhe uma ferroada no pé. Do susto, ele deixa cair sua armadilha de visgo, e isso dá chance para que a Pomba desperte e voe para longe, a salvo.
Autor: Esopo

Moral da História:
Nenhum ato de boa vontade ou gentileza é coisa em vão

A Galinha e os Ovos de Ouro


Um camponês e sua esposa possuiam uma galinha, que todo dia sem falta, botava um ovo de ouro.

Supondo que dentro dela deveria haver uma grande quantidade de ouro, eles então a sacrificam, para enfim pegar tudo de uma só vez.

Então, para surpresa dos dois, viram que a ave, em nada era diferente das outras galinhas.

Assim, o casal de tolos, desejando enriquecer de uma só vez, acabam por perder o ganho diário que já tinham assegurado.


Autor: Esopo

Moral da História:
Quem tudo quer, tudo perde.

A Lebre e a Tartaruga


Um dia, uma Lebre ridicularizou as pernas curtas e a lentidão da Tartaruga. A Tartaruga sorriu e disse: "Pensa você ser rápida como o vento; Mas Eu a venceria numa corrida."

A Lebre claro, considerou sua afirmação algo impossível, e aceitou o desafio. Convidaram então a Raposa, para servir de juiz, escolher o trajeto e o ponto de chegada.

E no dia marcado, do ponto inicial, partiram juntos. A Tartaruga, com seu passo lento, mas firme, determinada, em momento algum, parou de caminhar.

Mas a Lebre, confiante de sua velocidade, despreocupada com a corrida, deitou à margem da estrada para um rápido cochilo. Ao despertar, embora corresse o mais rápido que pudesse, não mais conseguiu alcançar a Tartaruga, que já cruzara a linha de chegada, e agora descansava tranqüila num canto.

Autor: Esopo
Moral da História:
Ao trabalhador que realiza seu trabalho com zelo e persistência, sempre o êxito o espera.

A Lebre e o Cão de Caça


Um Cão de caça, depois de obrigar uma Lebre a sair de sua toca, e depois de uma longa perseguição, de repente parou a caçada.

Um Pastor de Cabras, vendo-o parar, ridicularizou-o dizendo:

Aquele pequeno animal é melhor corredor que você.

E o Cão de caça responde:

Você não vê a diferença que existe entre nós? Eu estava correndo apenas para conseguir um jantar, mas ele, corria por sua Vida.
Autor: Esopo

Moral da História:
O motivo pelo qual realizamos uma tarefa, é o que vai determinar sua qualidade final.

A Mulher e sua Galinha


Uma mulher possuía uma galinha, que todos os dias sem falta, botava um ovo.

Ela então pensava consigo mesma, como poderia fazer para obter, ao invés de um, dois ovos por dia.


Assim, disposta a atingir seu objetivo, decidiu alimentar a galinha com uma porção de ração em dobro.

A partir daquele dia, a galinha tornou-se gorda e preguiçosa, e nunca mais botou nenhum ovo.

Autor: Esopo

Moral da História:
O Ganancioso, cedo ou tarde, acaba por se tornar vítima de sua própria ambição.

A Mula


Uma mula, sempre folgada, pelo fato de não trabalhar e ainda assim receber uma generosa quantidade de milho como ração, vivia orgulhosa dentro do curral. Era pura vaidade, e comportava-se como se fosse o mais importante animal do grupo. E confiante, falava consigo mesma:
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Meu pai certamente foi um grande e Belo Raça Pura. Sinto-me orgulhosa por ter herdado toda sua graciosidade, resistência, espírito e beleza.
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Pouco tempo depois, ao ser levada à uma longa jornada, como simples animal de carga, cansada de tanto caminhar, exclama desconsolada:
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Talvez tenha cometido um erro de avaliação. Meu pai, pode Ter sido apenas um simples Burro de carga.
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Autor: Esopo

Moral da História:
Ao desejar ser aquilo que não somos, estamos plantando dentro de nós a semente da frustração.

As Lebres e as Rãs


As lebres, animais tímidos por natureza, sentiam-se oprimidas com tanto acanhamento. Como viviam, na maior parte do tempo, com medo de tudo e de todos, frustradas e cansadas, resolveram dar um fim às suas angústias.
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Então, de comum acordo, decidiram por fim às suas vidas. Concluiram que assim resolveriam todos os seus problemas. Combinaram então que se jogariam do alto de um penhasco, para as escuras e profundas águas de um lago.
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Assim, quando correm para o abismo, várias Rãs que descansavam ocultas pela grama à beira do mesmo, tomadas de pavor ante o ruído de suas pisadas, desesperadas, pulam na água, em busca de proteção.
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Ao ver o pavor que sentiam as Rãs em fuga, uma das Lebres diz às companheiras:
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Não mais devemos fazer isso que combinamos minhas amigas! Sabemos agora, que existem criaturas mais medrosas que nós.
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Autor: Esopo

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Moral da História: Julgar que nossos problemas são os mais importantes do mundo, não passa de ilusão.

As Árvores e o Machado


Um homem foi à floresta e pediu às árvores, para que estas lhe doassem um cabo para o seu machado novo. O conselho das árvores então concorda com o seu pedido, e lhe ofertam uma jovem árvore para este fim.

E logo que o homem coloca o novo cabo no machado, começa furiosamente a usá-lo, e em pouco tempo, já havia derrubado com seus potentes golpes, as maiores e mais nobres árvores daquele bosque.

Um velho Carvalho, observando a destruição à sua volta, comenta desolado com um Cedro seu vizinho:

O primeiro passo significou a perdição de todas nós. Se tivéssemos respeitado os direitos daquela jovem árvore, também teríamos preservado os nossos, e poderíamos ficar de pé, ainda por muitos anos.
Autor: Esopo

Moral da História:
Quem menospreza seu semelhante, não deve se surpreender se um dia, outros fizerem o mesmo consigo.

A Serpente e a Lima


Uma serpente, ao entrar no local de trabalho de um ferreiro, procurou ali em meio às ferramentas, alguma coisa capaz de matar sua fome.
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Ela dirigiu-se então à uma Lima (ferramenta usada para polir ou desbastar metais ou objetos duros ), e perguntou-lhe gentilmente se esta não lhe poderia dar comida.
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A lima respondeu: “Você deve ser muito boba minha amiga, se espera obter de mim alguma coisa, logo eu, que sou acostumada a sempre tirar dos outros, e nunca lhes devolver nada.”
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Autor: Esopo

Moral da História: Os avarentos são péssimos doadores.

A Raposa e as Uvas


Uma Raposa, morta de fome, viu, ao passar diante de um pomar, penduradas nas grades de uma viçosa videira, alguns cachos de Uvas negras e maduras.
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Ela então usou de todos os seus dotes e artifícios para pegá-las, mas como estavam fora do seu alcance, acabou se cansando em vão, e nada conseguiu.
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Por fim deu meia volta e foi embora, e consolando a si mesma, meio desapontada disse:
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Olhando com mais atenção, percebo agora que as Uvas estão todas estragadas, e não maduras como eu imaginei a princípio.

Autor: Esopo

Moral da História:
Ao não reconhecer e aceitar as próprias limitações, o vaidoso abre assim o caminho para sua infelicidade.

O ENIGMA DO FERREIRO E O ROSTO DO REI


No tempo do imperador Frederico, havia um ferreiro que trabalhava o ano inteiro no seu ofício, sem guardar domingos, nem a Páscoa nem dias santos, por mais solene que fosse a festa.

Trabalhava todos os dias até ganhar quatro soldos, mas depois disso não dava mais nenhuma martelada, mesmo que fosse da maior urgência o trabalho encomendado, e ainda que lhe pagassem muito bem.

Um dia alguém o denunciou ao imperador por profanar os dias santificados, trabalhando como nos demais dias do ano. Frederico o convocou à sua presença, e perguntou se era certo o que lhe diziam. O ferreiro não negou, e então o rei perguntou:

— Qual o motivo que te leva a quebrar o preceito dos dias santificados?

— Senhor, para atender às minhas obrigações, tenho que ganhar quatro soldos todos os dias. Conseguido isso, termina para mim a jornada até o dia seguinte.

— E o que fazes com esses quatro soldos?

— Senhor, eu os divido em quatro partes iguais. Uma eu devolvo, faço doação de outra, jogo fora a terceira, e uma eu invisto na minha subsistência.

— Explica melhor isso.

— A doação, senhor, eu a faço pagando impostos. A devolução é devida ao meu pai, tão velho e pobre que já não pode ganhar o próprio sustento, pelo que ele me emprestou quando eu era ainda criancinha e não podia trabalhar. Desperdiço a outra parte dando-a à minha mulher, para os seus gastos, o que é o mesmo que jogar fora, pois ela não sabe fazer nada além de comer e beber. Invisto na minha subsistência o restante, quer dizer, na manutenção da minha casa.

O imperador pensou então: “Se o mandasse parar de fazer assim, eu o colocaria injustamente em muitos apertos. Mas vou impor a ele uma condição severa, e se não a cumprir, vai me pagar caro”. Disse então ao ferreiro:

— Vai com Deus! Mas a explicação da tua conduta, que me deste agora, não a podes contar a ninguém. Nem uma única palavra, antes de ver meu rosto cem vezes, sob pena de cem libras de multa.

Não era fácil para um simples ferreiro ver o rosto do rei umas poucas vezes, quanto mais cem, o que significaria para ele silêncio definitivo sobre o assunto.

No dia seguinte o imperador resolveu apresentar aos seus sábios um enigma, e pediu-lhes que explicassem o sentido oculto da moeda devolvida, da moeda doada, da moeda jogada fora e da moeda investida. Deu-lhes oito dias de prazo para a resposta.
Depois de muito discutirem e não acharem a solução, os sábios concluíram que o assunto devia guardar relação com a presença do ferreiro ante o imperador, mas nenhum deles sabia o que se passara entre os dois. Não achando outra saída, resolveram espionar o ferreiro, e compareceram às escondidas na oficina. Pediram-lhe que desse a explicação, mas o ladino se conservou hermético. Ofereceram-lhe então dinheiro em troca da informação. Depois de deliberar consigo mesmo, o ferreiro respondeu:

— Já que estais tão interessados, juntai cem libras de ouro, pois só mediante essa quantia eu poderei dar-lhes a explicação.

Convencidos de que seria tempo perdido insistir, e temendo que se esgotasse o prazo de oito dias, quotizaram-se e puseram em mãos do ferreiro as cem libras. Com toda calma ele foi pegando uma por uma das moedas, e as olhava com atenção na frente e no verso. Todas as moedas continham em relevo a efígie do imperador, sendo de um lado a figura eqüestre, e do outro a face. Terminado esse lento ritual, ele explicou aos sábios o caso, exatamente como o explicara ao imperador. Os sábios saíram dali contentes.

Esgotado o prazo de oito dias, apresentaram-se ao imperador e lhe deram a explicação pedida, deixando-o muito surpreso, pois tudo coincidia com as palavras do ferreiro. Suspeitou logo que ele tivesse dado com a língua nos dentes, e pensou: “Esses sábios não seriam capazes de descobrir sozinhos toda a explicação, e o devem ter ameaçado ou até açoitado para obtê-la. Vou chamá-lo, e agora ele vai ter de me pagar toda a dívida atrasada”. Mandou chamar o ferreiro, e lhe perguntou:

— Parece que, apesar da minha proibição, falaste mais do que era conveniente, revelando o segredo que eu te havia confiado. Agora vais ter de pagar amargamente a leviandade.

— Senhor, podeis dispor não só de mim, como também de todo o mundo para fazer o que vos agrada, por isso a vós me entrego como a um pai e senhor muito amado. Porém não creio ter infringido vossas ordens, que eram de guardar o segredo até conseguir ver a vossa face cem vezes. Por isso perderam tempo todos os que tentaram obter de mim o segredo antes de haver cumprido aquela condição. Mas depois que me apresentaram cem libras de ouro, e que na presença dos interessados eu contemplei vossa augusta face em cada uma delas, não tive dúvidas em contar-lhes o que sabia. Não me parece portanto que eu vos tenha ofendido. Além do mais, eu com isso me livrei da presença insistente e incômoda dos tais sábios.

— Vai com Deus, e que Ele te dê sorte, pois foste bastante mais inteligente do que todos os meus sábios juntos!

(Novellino, in R. Menéndez Pidal, Antología de cuentos – Labor, Barcelona, 1953)

O Menino e o Padre


Um padre andava pelo sertão, e como estava com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou por alguém de dentro.

Veio então lhe atender um menino muito mirrado.

- Bom dia meu filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?

- Água tem não senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar! Se o senhor quiser... - disse o menino.

- Serve, vá buscar. - pediu-lhe o padre.

E o menino trouxe a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou.

Depois de beber, o padre curioso perguntou ao menino:

- Me diga uma coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?
- Briga não senhor. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do pote.

Surpreso e revoltado, o padre atira a cabaça no chão e esta se quebra em mil pedaços. E furioso ele exclama.

- Moleque danado, por que não me avisou antes?

O menino olhou desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:

- Agora sim eu vou levar uma surra das grandes; o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vovó fazer xixi dentro!


Nota:
Conto regional do nordeste, muito conhecido em quase todas as cidades do interior, de Pernambuco ao Maranhão. Origem desconhecida.

A Borboleta


Havia uma garotinha que gostava de passear pelos jardins, quando um dia vê
uma borboleta espetada em um espinho. Muito cuidadosamente ela a solta
e a borboleta começa a voar para longe.

Então ela volta lhe diz:
- Por sua bondade, vou conceder-lhe seu maior desejo.

A garotinha pensou por um momento e replicou:
- Quero ser feliz.

A borboleta inclinou-se até ela e sussurrou algo em seu ouvido
e desapareceu subitamente.

A garota crescia e ninguém na terra era mais feliz do que ela.

Sempre que alguém lhe perguntava sobre o segredo de sua felicidade,
ela somente sorria e respondia:

- Soltei a borboleta e ela me fez ser feliz.

Quando ela ficou bem velha, os vizinhos temeram que o seu segredo
fabuloso pudesse morrer com ela.

- Diga-nos, por favor - eles imploravam - diga-nos o que a fada disse .

A agora amável velhinha simplesmente sorriu e disse:

- Ela me disse que todas as pessoas, por mais seguras que pudessem parecer,
precisavam de mim!"

Na verdade... Nós todos precisamos uns dos outros, eu por exemplo
preciso de você...do seu carinho e da sua amizade.

Não se esqueça:Amizade é sempre querer a pessoa que ama ao seu lado.
Amizade não é ocasional, interessada ou pretensiosa.
Amizade é para ser constante e para sempre como
o amor de Deus é para nós.

Quando você ajuda alguém, por mais pequeno que seja, você está liberando
felicidade para sua vida. Felicidade implica em ajudar o próximo, se doar.
Se você ainda só quer receber, a tal felicidade nunca lhe baterá a porta.

A Camisa do Camponês


Narra antiga lenda, que certa vez um rei adoeceu gravemente e à medida

que o tempo passava seu estado piorava.

Os médicos tentaram de tudo, mas nada parecia funcionar.

Estavam a ponto de perder a esperança quando a velha criada falou:

- Eu sei uma forma de salvar o rei. Se vocês puderem encontrar um homem feliz,

tirar-lhe a camisa e vesti-la no rei, ele se recuperará.

Ao ouvir tal afirmativa, o Rei enviou seus mensageiros a todos os cantos do reino

a procura de um homem feliz. Eles cavalgaram por todos os lugares e não

encontraram um homem feliz.

Ninguém estava satisfeito; todos tinham uma queixa a fazer.

- "Aquele alfaiate estúpido fez as calças muito curtas!

Ouviram um homem rico dizer."

- "A comida está péssima, este cozinheiro não consegue fazer nada direito!

Outro reclamava."

- "O que há de errado com os nossos filhos? Resmungava um pai insatisfeito."

- "O teto está vazando! A situação financeira está péssima.

Será que o Rei não pode dar um jeito nessa situação?"

Essas e outras tantas queixas eram o que os mensageiros do rei ouviram

por onde passaram.

Se um homem era rico, não tinha o bastante; se não era rico,

era culpa de alguém.

Se era saudável, havia uma sogra indesejável em sua vida.
Se tinha uma boa sogra, a gripe o estava infelicitando.

Enfim, naquele reino todos tinham algo do que reclamar.

O Rei já tinha perdido a esperança de ficar bom, quando numa noite, seu filho

cavalgava pelos campos e, ao passar perto de uma cabana ouviu alguém dizer:

- Obrigado Senhor! Concluí meu trabalho diário e ajudei meu semelhante.

Comi meu alimento, e agora posso deitar-me e dormir em paz.

O que mais poderia desejar, Senhor?

O príncipe exultou de felicidade por ter, finalmente, encontrado um homem feliz. Retornou e mandou que seus homens fossem até lá e levassem a camisa

do homem ao rei e lhe pagassem o quanto pedisse.

Mas quando os mensageiros do rei entraram na cabana para despir a camisa

do homem feliz, descobriram que ele era tão pobre que sequer possuía uma camisa.

Ossaim




Certo dia, Ifá, o senhor das adivinhações veio ao mundo e foi morar em um campo muito verde. Ele pretendia limpar o terreno e, para isso, adquiriu um escravo. O que Ifá não esperava era que o servo se recusasse a arrancar as ervas, por saber o poder de cura de cada uma delas. Muito impressionado com o conhecimento do escravo, Ifá leu nos búzios que o criado era, na verdade, Ossaim, a divindade das plantas medicinais. Ifá e Ossaim passaram a trabalhar juntos. Ossaim ensinava a Ifá como preparar banhos de folhas e remédios para curar doenças e trazer sorte, sucesso e felicidade.

Os outros orixás ficaram muito enciumados com os poderes da dupla e almejaram, no seu íntimo, possuir as folhas da magia. Um plano maquiavélico foi pensado: Iansã, a divindade dos ventos, agitou a saia, provocando um tremendo vendaval. Ossaim, por sua vez, perdeu o equilíbrio e deixou cair a cabaça onde guardava suas ervas mágicas. O vento espalhou a coleção de folhas.

Oxalá, o pai de todos os orixás, agarrou as folhas brancas como algodão. Já Ogum, o deus da guerra, pegou no ar uma folha em forma de espada. Xangô e Iansã se apoderaram das vermelhas: a folha-de-fogo e a dormideira-vermelha. Oxum preferiu as folhas perfumadas e Iemanjá escolheu o olho de santa-luzia. Mas Ossaim conseguiu pegar o igbó, a planta que guarda o segredo de todas as outras e de suas misturas curativas. Portanto, o mistério e o poder das plantas continuam preservados para sempre.



Lenda africana

O Porco e o Milhafre


O Porco e o Milhafre eram dois inseparáveis amigos. O porco invejava as asas do Milhafre e insistia contínuamente com o amigo para que lhe arranjasse umas iguais para voar também.

O Milhafre dispôs-se a fázer-lhe a vontade. Conseguiu arranjar penas de outra ave e, com cera, colou-as nos ombros e nas pernas do seu amigo Porco. Este ficou radiante e começou a voar ao lado do seu amigo Milhafre.

Quis acompanhá-lo até às grandes alturas, mas a cera começou a derreter-se com o calor e as penas foram caindo uma a uma. À medida que as penas se despegavam, ía o porco descendo, contrariado. Quando as penas acabaram de se soltar, o porco caiu e bateu no chão com o focinho. E com tanta força bateu, que este, ficou achatado.

Zangou-se o Porco com o Milhafre dizendo que tinha querido matá-lo, porque grudara mal as asas.

Desde essa ocasião deixou de ser amigo do Milhafre e, quando o vê pairar no alto, dá um grunhido e olha para ele desconfiado. E aqui está a razão porque o Porco tem o focinho achatado e nunca mais quis voar.



Conto africano

O leão e os gnus



Uma grande fome ocorreu e diversos animais morreram, deixando o Leão faminto por não encontrar o que caçar. Depois de muito andar, chegou até um campo coberto por capim verde e viu um casal de Gnus. Tamanha fome, nem se preocupou em espreitar e atacou. O Gnu, ao ver o Leão, disse:

- Espere majestade. Sabia que somos os últimos gnus desta região. Quando me matar ou matá-la, não haverá nenhum outro e em poucos dias estará com fome novamente. Mas se nos deixar vivos, em poucos meses, teremos uma ninhada de gnus e poderemos encher a região de presas novamente.

O Leão ponderou e disse:

- Mas até lá, como irei sobreviver?

- Ora, faça como nós. Veja que grama verde, esmeralda, brilhante, fresca e agradável. Se você fizer um pequeno esforço, comendo-a, poderá suportar a espera.

O Leão concordou e começou a ruminar. Os gnus visitavam-no diariamente, sempre enaltecendo as qualidades do repasto. Na primeira semana o Leão sofria, torcendo o focinho quando se alimentava, sonhando com um bom pedaço de carne crua. Na segunda, já dava de ombros, resignado com o seu destino. Quando finalmente notou os jovens gnus correndo, rolou na grama e pensou:

- Eu, correr e caçar? Quando a grama se dobra a minha vontade, servida para meu jantar?

E assim, ficou o Leão, pastando feito um Gnu.



Fonte: Fábulas de Paratahan.

O Rato do campo e o rato da cidade




Um rato do campo tinha por amigo um outro da cidade, e o convidou para que fosse comer na campanha. Mas como só podia oferecer-lhe trigo e ervas, o rato da cidade lhe disse:

- Sabes amigo, que levas uma vida de formiga? Por minha vez, possuo bens em abundância. Vem comigo e a tua disposição os terás.

Partiram ambos para a cidade. Mostrou o rato da cidade a seu amigo trigo e legumes, figos e queijo, frutas e mel. Maravilhado, o rato do campo bendizia seu amigo de todo o coração e renegava sua má sorte. Enquanto assim se divertiam, um homem de repente abriu a porta. Espantados pelo ruído os dois ratos de lançaram temerosos a um buraco. Voltaram logo a buscar figos secos, porém outra pessoa entrou no lugar e, ao vê-la, os dois se precipitaram novamente atrás de um toco para se esconder. Então o rato do campo, esquecendo de sua fome, suspirou e disse ao rato da cidade:

- Adeus, amigo, vejo que comes até te fartar e que estás muito satisfeito; porém, é a preço de mil perigos e constantes temores. Eu, por minha vez, sou um pobretão e vivo mordiscando a cevada e o trigo, mas sem ter que fugir nem ter temores sobre nada.

É tua a decisão de escolher dispor de certos luxos e vantagens que sempre vão unidos a sustos e dificuldades, ou viver um pouco mais austeramente, mas com serenidade.


Fábula de Esopo.

O Médico-Fantasma




Esta história tem sido contada de pai para filho na cidade de Belém do Pará. Tudo começou numa noite de lua cheia de um sábado de verão. Dois garotos conversavam sentados na varanda da casa de um deles.

- Você acredita em fantasma? - perguntou o mais novo.

- Eu não! -disse o outro.

- Acredita sim! -insistiu o mais novo.

- Pode apostar que não -replicou o outro. -Tudo bem. Aposto minha bola de futebol que você não tem coragem de entrar no cemitério à noite.

- Ah, é? -disse o garoto que fora desafiado. -Pois então vamos já para o cemitério, que eu vou provar minha coragem. Assim, os dois garotos foram até a rua do cemitério. O portão estava fechado. O silêncio era profundo. Estava tão escuro ... Eles começaram a sentir medo.

Para ganhar a aposta, era preciso atravessar a rua e bater a mão no portão do cemitério. O garoto que tinha topado o desafio correu. Parou na frente do portão e começou a fazer caretas para o amigo. Depois se encostou no portão e tentou bater a mão nele. Foi quando percebeu que ela estava presa.

- Socorro! Alguém me ajude! -ele gritou, desmaiando em seguida.

Nisso, apareceu um velhinho vindo do fundo do cemitério, abriu o portão e chamou o outro menino.

- Seu amigo prendeu a manga da camisa no portão e desmaiou de medo. Coitadinho, pensou que algum fantasma o estivesse segurando.

O garoto reparou que o velhinho era muito magro, quase transparente.

- Obrigado. Como é que o senhor se chama?

- Eu sou o médico daqui. Vou acordar seu amigo.

O velhinho passou a mão na cabeça do menino desmaiado e ele despertou no mesmo instante.

- Vão para casa meus filhos - ele disse. -Já passou da hora de dormir.

No dia seguinte, os meninos foram procurar o velhinho para agradecer-lhe a ajuda. Mas não o encontraram, nem no cemitério, nem em lugar nenhum. E foi assim que ambos perderam o medo de fantasma, quando perceberam que nem todos os seres misteriosos fazem o mal. Pelo contrário, podem até ajudar. Como aquele médico, que nunca mais apareceu.


(História do folclore brasileiro)

Seu Zé no tribunal



Seu Zé, mineirinho, pensou melhor e decidiu que os ferimentos que sofreu num acidente de trânsito há semanas eram sérios o suficiente para levar o dono do outro carro ao tribunal.

No tribunal, o advogado do réu começou a inquirir seu Zé:

- O Senhor não disse na hora do acidente: "Estou muito bem"?

E seu Zé responde:

- Bão, vou lhe contá o que aconteceu. Eu tinha acabado di colocá minha mula favorita na caminhonete...

- Eu não pedi detalhes! - interrompeu o advogado. Só responda à pergunta! O senhor não disse na cena do acidente: "Estou muito bem"?

- Bão, eu coloquei a mula na caminhonete e tava deceno a rodovia...

O advogado interrompe novamente e diz:

- Meritíssimo, estou tentando estabelecer os fatos aqui. Na cena do acidente este homem disse ao patrulheiro rodoviário que estava bem. Agora, várias semanas após o acidente ele está tentando processar meu cliente, e isso é uma fraude. Por favor, poderia dizer a ele que simplesmente responda à pergunta?

Mas, a essa altura, o Juiz estava muito interessado na resposta de seu Zé e disse ao advogado:

- Eu gostaria de ouvir o que ele tem a dizer.

Seu Zé agradeceu ao Juiz e prosseguiu:

- Como eu tava dizeno, coloquei a mula na caminhonete e tava desceno a rodovia quando uma picapi atravessô o sinar vermeio e bateu na minha caminhonete bem na laterar. Eu fui jogado fora do carro prum lado da rodovia e a mula foi jogada pro ôtro lado. Eu tava muito firido e num podia mi movê. De quarqué forma, eu pudia orvi a mula zurrano e grunhino e, pelo baruio, eu pude percebê que o estado dela era muito ruim.

E continuou falando o Seu Zé:

- Logo dispois do acidente, o patruiero rodoviário chegô no locar. Ele orviu a mula gritano e zurrano e foi até onde ela tava. Depois de dá uma oiada nela, ele pegô a arma e atirô bem nos óio do animar. Então, o policiar atravessô a estrada com sua arma na mão, oiô pra mim e disse:

-"Sua mula estava muito mal e eu tive que atirar nela. Como o senhor está se sentindo?"
E olhando para o Juiz, o Seu Zé perguntou:

- E o sinhô, o quê que o sinhô falava meritisso???!!!

Os Sons da Floresta


No século II depois de Cristo, o rei Ts’ao mandou seu filho, o príncipe T’ai, ir estudar no templo com o grande mestre Pan Ku. O objetivo era preparar o príncipe para suceder o pai no trono e ser um grande administrador.

Quando o príncipe chegou ao tempo, o Mestre Pan Ku logo o mandou sozinho à floresta de Mingli. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever os sons da floresta. Passado o prazo,T’ai retornou e Pan Ku lhe pediu para descrever os sons de tudo aquilo que tinha conseguido ouvir.

Mestre, disse o príncipe, pude ouvir o canto dos cucos, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo suave na grama, o zumbido das abelhas, e o barulho do vento cortando os céus.

Quando T’ai terminou, o mestre mandou-o de volta à floresta para ouvir tudo mais que fosse possível. T’ai ficou intrigado com a ordem do mestre. Ele já não havia feito o suficiente?

Por longos dias e noites, o príncipe se sentou sozinho na floresta, ouvindo. Não conseguiu distinguir nada de novo, além daqueles sons já mencionados ao mestre Pan Ku.

Mas persistiu. Então, certa manhã, sentado entre as árvores da floresta, começou a discernir sons muito sutis, diferentes de todos que ouvira antes. Ele agora, não só ouvia, mas escutava.

Quanto mais atenção prestava, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz, que pensou:

- Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu escutasse!

Sem pressa, o príncipe passou horas ali, ouvindo e escutando, pacientemente. Queria ter a certeza de que estava no caminho certo.

- Quando T’ai retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais tinha conseguido escutar:

“Mestre, quando prestei mais atenção, pude ouvir o inaudível – o som das flores se abrindo, do sol aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da manhã”.

O mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação:

- “Ouvir o inaudível é ter disciplina para se tornar um grande administrador”, observou Pan Ku. “Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas, um administrador pode inspirar confiança a seu povo, entender o que está errado e atender às reais necessidades dos cidadãos. A morte de um país começa quando os líderes ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem mergulhar fundo na alma das pessoas para ouvir seus sentimentos, desejos e suas reais opiniões”.

Foi assim que T’ai se tornou um sábio e afetuoso rei.

A Pereira da Tia Miséria


Havia no princípio do mundo uma velhinha muito pobre e muito infeliz: era conhecida pelo nome de Tia Miséria. Só possuía uma casinha arruinada e uma pereira no quintal. Tudo sofria com paciência e resignação, mas só uma coisa não desculpava, nem perdoava: que os meninos da vizinhança subissem na pereira e lhe comessem as peras. Seria capaz de dá-las todas sem provar uma, mas indignava-se contra os que as roubavam.

Uma noite bateu-lhe à porta um pobrezinho, quase morto de fome e lhe pediu comida e pousada por uma noite. Fazia muito frio e Tia Miséria acomodou-o perto do fogão e deu a ele a migalha de pão que reservava para si. No dia seguinte despediu-se o pobre e disse-lhe que pedisse o que quisesse.

- Só peço que as pessoas que subirem à minha pereira não possam descer sem o meu consentimento – respondeu a velhinha.

- Assim será – respondeu o mendigo.

No ano seguinte, quando estavam madurinhas as primeiras peras, Tia Miséria chegou ao quintal e encontrou três garotos em cima da pereira.

- Ó Tia Miséria, perdoe-nos pelo amor de Deus! Tire-nos daqui, não podemos descer.

- Ah, é? Pois vocês diziam que não eram os ladrões das minhas peras! Pois tomem isso e mais isso! Disse Tia Miséria dando uma sova nos meninos com uma vara. Desta vez vou permitir que desçam, mas se voltarem, já sabem: hão de ficar aí por muitos anos!

E os garotos desceram e não mais voltaram à pereira.

Até que em uma noite chuvosa, bateram-lhe à porta.

- Já vou, já vou! Gritou Tia Miséria.

Era uma mulher de horrendo aspecto, vestida de negro, com as asas negras nos ombros e nos pés.

- O que... o que... quer? - Perguntou Tia Miséria a tremer.

- Tenha uma boa e santa noite, Tia Miséria.

- Você me conhece? Perguntou assombrada.

- Vamos, Tia Miséria. Chegou a sua hora.

Foi então que Tia Miséria percebeu a foice debaixo da capa da estranha criatura. Nesse momento, se deu conta de que tinha aberto a porta para ela... ela mesma... a MORTE!

- Sou a Morte: venho buscar-te e estou com pressa.

- Já? Pois nem ao menos pode me dar um ano de espera?

- Não pode ser - respondeu a Morte.

- Faça-me ao menos um último favor: suba à minha pereira e colha-me a última pera que me resta. Quero comê-la, visto que é a última. Enquanto isso, vou me preparando para a partida.

- Tudo bem, mulher, mas anda rápido!

A Morte subiu à pereira, colheu a pera, mas não pôde descer. Pôs-se a chamar a velhinha. Esta respondeu: “Tem paciência, maldita, pois aí ficarás por todos os séculos. És má, tens feito muitas desgraças, roubando muitos pais aos seus filhos pequeninos...”

E a Morte ficou em cima da pereira durante dias, semanas, meses.

- Por onde anda a morte? Perguntavam os velhinhos e os doentes terminais nos hospitais.

Depois de um ano, e depois de muita procura, Tia Miséria percebeu, na frente da sua porta, um comitê composto de padres que se queixavam de que não havia enterros, de médicos enfurecidos com o pouco profissionalismo da morte: uma coisa era alargar a vida, outra muito diferente era estender a dor. Ali estavam também escrivães e advogados que se lastimavam de não ter inventários, de donos de funerárias que reclamavam da queda das vendas de caixões; enfim, eram todos aqueles que vivem da morte do próximo. Todos pediam à velha que autorizasse a Morte a descer da pereira, mas Tia Miséria respondia: “Não quero, não quero e não quero”!

Falou então a Morte do alto da pereira e fez com a velha um trato: se a deixasse descer, pouparia sua vida enquanto o mundo fosse mundo. A velhinha consentiu e a Morte desceu. Saiu correndo dali com a promessa de nunca mais bater à porta de Tia Miséria. Mas compensou o tempo perdido: nunca morreram tantos em tão pouco tempo.

É por isso que enquanto o mundo for mundo a Miséria existirá sobre a Terra.



Conto tradicional português, recolhido por Ataíde Oliveira

O Senhor Palha


(DEUSA DA FORTUNA)



Era uma vez, há muitos e muitos anos, é claro, porque as melhores histórias passam-se sempre há muitos e muitos anos, um homem chamado Senhor Palha. Ele não tinha casa, nem mulher, nem filhos. Para dizer a verdade, só tinha a roupa do corpo. Ora o Senhor Palha não tinha sorte. Era tão pobre que mal tinha para comer e era magrinho como um fiapo de palha. Era por esse motivo que as pessoas lhe chamavam Senhor Palha.

Todos os dias o Senhor Palha ia ao templo pedir à Deusa da Fortuna que melhorasse a sua sorte, mas nada acontecia. Até que um dia, ele ouviu uma voz sussurrar:

— A primeira coisa em que tocares quando saíres do templo há-de trazer-te uma grande fortuna.

O Senhor Palha apanhou um susto. Esfregou os olhos, olhou em volta, mas viu que estava bem acordado e que o templo estava vazio. Mesmo assim, saiu a pensar: “Terei sonhado ou foi a Deusa da Fortuna que falou comigo?” Na dúvida, correu para fora do templo, ao encontro da sorte. Mas, na pressa, o pobre Senhor Palha tropeçou nos degraus e foi rolando aos trambolhões até o final da escada, onde caiu por terra. Ao levantar-se, ajeitou as roupas e percebeu que tinha alguma coisa na mão. Era um fio de palha.

“Bom”, pensou ele, “uma palha não vale nada, mas, se a Deusa da Fortuna quis que eu o apanhasse, é melhor guardá-lo.”

E lá foi ele, com a palha na mão.

Pouco depois, apareceu uma libélula zumbindo em volta da cabeça dele. Tentou afastá-la, mas não adiantou. A libélula zumbia loucamente ao redor da cabeça dele. “Muito bem”, pensou ele. “Se não queres ir embora, fica comigo.” Apanhou a libélula e amarrou-lhe o fio de palha à cauda. Ficou a parecer um pequeno papagaio (de papel), e ele continuou a descer a rua com a libélula presa à palha. Encontrou a seguir uma florista, que ia a caminho do mercado com o filho pequenino, para vender as suas flores. Vinham de muito longe. O menino estava cansado, coberto de suor, e a poeira fazia-o chorar. Mas quando viu a libélula a zumbir amarrada ao fio de palha, o seu pequeno rosto animou-se.

— Mãe, dás-me uma libélula? — pediu. — Por favor!

“Bem”, pensou o Senhor Palha, “a Deusa da Fortuna disse-me que a palha traria sorte. Mas este garotinho está tão cansado, tão suado, que pode ficar mais feliz com um pequeno presente.” E deu ao menino a libélula presa à palha.

— É muita bondade sua — disse a florista. — Não tenho nada para lhe dar em troca além de uma rosa. Aceita?

O Senhor Palha agradeceu e continuou o seu caminho, levando a rosa. Andou mais um pouco e viu um jovem sentado num tronco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos. Parecia tão infeliz que o Senhor Palha lhe perguntou o que havia acontecido.

— Hoje à noite, vou pedir a minha namorada em casamento — queixou-se o rapaz. — Mas sou tão pobre que não tenho nada para lhe oferecer.

— Bem, eu também sou pobre — disse o Senhor Palha. — Não tenho nada de valor, mas se quiser dar-lhe esta rosa, é sua.

O rosto do rapaz abriu-se num sorriso ao ver a esplêndida rosa.

— Fique com estas três laranjas, por favor — disse o jovem. — É só o que posso dar-lhe em troca.

O Senhor Palha continuou a andar, levando três suculentas laranjas. Em seguida, encontrou um vendedor ambulante puxando uma pequena carroça.

— Pode ajudar-me? — disse o vendedor ambulante, exausto. — Tenho puxado esta carroça durante todo o dia e estou com tanta sede que acho que vou desmaiar. Preciso de um gole de água.

— Acho que não há nenhum poço por aqui — disse o Senhor Palha. — Mas, se quiser, pode chupar estas três laranjas.

O vendedor ambulante ficou tão grato que pegou num rolo da mais fina seda que havia na carroça e deu-o ao Senhor Palha, dizendo:

— O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca.

E, uma vez mais, o Senhor Palha continuou o seu caminho, com o rolo de seda debaixo do braço.

Não tinha dado dez passos quando viu passar uma princesa numa carruagem. Tinha um olhar preocupado, mas a sua expressão alegrou-se ao ver o Senhor Palha.

— Onde arranjou essa seda? — gritou ela. — É justamente aquilo de que estou à procura. Hoje é o aniversário de meu pai e quero dar-lhe um quimono real.

— Bem, já que é aniversário dele, tenho prazer em oferecer-lhe a seda — disse o Senhor Palha.

A princesa mal podia acreditar em tamanha sorte.

— O senhor é muito generoso — disse sorrindo. — Por favor, aceite esta jóia em troca.

A carruagem afastou-se, deixando o Senhor Palha com uma jóia de inestimável valor refulgindo à luz do sol.

“Muito bem”, pensou ele, “comecei com um fio de palha que não valia nada e agora tenho uma jóia. Sinto-me contente.”

Levou a jóia ao mercado, vendeu-a e, com o dinheiro, comprou uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou, semeou, colheu, e a cada ano a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo, o Senhor Palha ficou rico.

Mas a riqueza não o modificou. Oferecia sempre arroz aos que tinham fome e ajudava todos os que o procuravam. Diziam que sua sorte tinha começado com um fio de palha, mas quem sabe se não terá sido com a sua generosidade?



Conto Japonês. Fonte: O Livro das Virtudes II – O Compasso Moral de William J. Bennett , Editora Nova Fronteira.

O Náufrago


O único sobrevivente de um Naufrágio foi para uma ilha desabitada, fora de qualquer rota de navegação. Ele orava fervorosamente pedindo a Deus para ser resgatado, mas os dias passavam e nenhum socorro vinha.

Mesmo cansado, ele construiu um pequeno abrigo de madeira. Um dia saiu em busca de alimento, quando voltou, encontrou seu abrigo em chamas, todo queimado.

Desesperado, chorava: Perdi tudo! Deus, por que fizeste isso comigo. Chorou tanto que adormeceu. No dia seguinte bem cedinho, foi despertado pelo som do navio que se aproximava.

- Venha! - dizia o comandante do navio, Viemos lhe buscar.

- Mas como vocês souberam que eu estava aqui?.

- Vimos o sinal de fumaça que você fez!

O Testamento de Nasrudin


Um vizinho muito velho e rico de Nasrudin morreu. Como não havia deixado testamento, os filhos acabaram brigando pela divisão dos bens, sem chegar a nenhuma solução. Procuraram Nasrudin e pediram-lhe ajuda. Depois de ouvir tudo e ler a relação de riquezas que o morto deixara, Nasrudin pensa, pega um papel e escreve algo.

- Eis a minha solução.

Um dos herdeiros lê:

- Eu Nasrudin Hodja declaro ser pobre e não ter coisa alguma. Por isso, deixo, ao morrer, para os meus filhos tudo que tenho em igual parte. O que sobrar, deve ser distribuído entre os pobres.

- Como isso pode resolver nosso problema? Mas o que é isso???

- Meu testamento. Eu estou um pouco velho, posso morrer a qualquer momento e não quero que meus filhos briguem como vocês estão brigando...

ASSIM SURGIU A FESTA DE SÃO JOÃO


Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se.

Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista.

Nossa Senhora, então, perguntou-lhe:

- Como poderei saber do nascimento do garoto?

- Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele.

Santa Isabel cumpriu a promessa.

Um dia, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho.

Começou, assim, a ser festejado São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, balões, danças, etc…

E, por falar nisso, também gostaria de contar porque existem essas bombas para alegrar os festejos de São João.

Pois bem, antes de São João nascer, seu pai, São Zacarias, andava muito triste, porque não tinha um filhinho para brincar.

Certa vez, apareceu-lhe um anjo de asas coloridas, todo iluminado por uma luz misteriosa e anunciou que Zacarias ia ser pai.

A sua alegria foi tão grande que Zacarias perdeu a voz, emudeceu até o filho nascer.

No dia do nascimento, mostraram-lhe o menino e perguntaram como desejava que se chamasse.

Zacarias fez grande esforço e, por fim, conseguiu dizer:

- João!

Desse instante em diante, Zacarias voltou a falar.

Todos ficaram alegres e foi um barulhão enorme. Eram vivas para todos os lados.

Lá estava o velho Zacarias, olhando, orgulhoso, o filhinho lindo que tinha…

Foi então que inventaram as bombinhas de fazer barulho, tão apreciadas pelas crianças, durante os festejos juninos.


(RUIZ, Corina Maria Peixoto. Didática do folclore)

A LENDA DO RIO AMAZONAS.


Conta a lenda que a Lua vestia-se de prata e o Sol de ouro, sendo eles donos da noite e do dia, respectivamente.
Apesar do amor ardente entre ambos, o mundo acabaria se os dois se unissem em casamento, pois o Sol queimaria a terra e, nem mesmo o choro triste da Lua apagaria suas chamas. Mesmo apaixonados um pelo outro eles se separaram, obviamente tristes.
A Lua não poderia se casar com o Sol porque também amava a Terra e não queria vê-la arder, pois sabia que nem chorando dilúvios de lágrimas conseguiria apagar o fogo do Sol.
Desesperada, a Lua preferiu salvar o mundo e separou-se do amado astro-rei, chorando de saudades durante todo um dia e toda uma noite. Suas lágrimas escorreram pelos morros sem fim até chegar ao Oceano Atlântico, mas este embraveceu-se ao receber tanta água, não permitindo que elas se misturassem com as dele.
Algo inusitado então aconteceu, tão estranho quanto fenomenal: as lágrimas da Lua escavaram um imenso vale entre serras que se levantaram entre os planaltos Central e das Guianas, barrado pela Cordilheira dos Andes, fazendo aparecer um imenso rio que mais tarde se chamou Amazonas.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Filé ao Molho Mostarda


Ingredientes:

600 gramas de filé mignon
2 colheres (de sopa) de manteiga
Sal a gosto
Pimenta-do-reino a gosto
1/2 xícara (de chá) de conhaque
1 tablete de caldo de carne
2 colheres (de sopa) de mostarda
1/2 lata de creme de leite
1 colher de salsa picada

Modo de preparo:

Frite os filés na manteiga. Depois de fritos tempere-os com sal e pimenta. Leve-os ao fogo alto, regue-os com o conhaque, incline a frigideira e deixe até que o conhaque incendeie.
Passe os filés para uma travessa. Junte o tablete de carne dissolvido em 1/2 xícara de água fervente à gordura que ficou na frigideira, e leve-a ao fogo bem forte para ferver. Junte a mostarda, mexa bem, desligue o fogo, acrescente o creme de leite e a salsa picada misturando bem.
Despeje este molho sobre os filés e sirva a seguir.

Espetinhos de Carne Moída


Ingredientes:

500 gramas de carne de boi moída
1 ovo batido
1/2 xícara de farinha de rosca
2 colheres (de sopa) de cebola bem picadinha
2 colheres (de sopa) de leite
1 colher (de chá) de orégano
Sal a gosto
Cebola cortada em fatias
2 colheres (de sopa) de suco de limão
Pimentão vermelho cortado em pedaços

Modo de preparo:

Em uma vasilha, misture bem a carne, o ovo, a farinha de rosca, a cebola picada, o leite, o orégano e o sal. Forme bolinhos com as mãos. Monte os espetos alternando os bolinhos com as fatias de cebola e os pedaços de pimentão. Grelhe na churrasqueira ou na chapa por 35 minutos, ou até ficarem dourados. Respingue com o suco de limão.

Dicas:

Coloque os espetinhos em travessa previamente preparada com repolho cru cortado bem fininho e gomos de limão. Sirva a seguir.

Bife à Milanesa


Ingredientes:

1/2 kg de alcatra cortada em bifes finos
Sal a gosto
Pimenta-do-reino a gosto
1/2 xícara de farinha de trigo
2 ovos
1 xícara de farinha de rosca
1 e 1/2 xícara de óleo

Modo de preparo:

Tempere os bifes com o sal e a pimenta. Passe-os pela farinha de trigo, apertando com a palma das mãos, para que fiquem bem cobertos. Bata os ovos como se fosse para uma omelete. Mergulhe a carne nos ovos batidos, escorra cada bife e passe-o dos 2 lados na farinha de rosca. Em óleo aquecido frite os bifes. Vire uma vez, para dourar dos dois lados. Retire com uma escumadeira e deixe escorrer em papel-toalha.

Dicas:

Use farinha de rosca natural e não industrializada.
Com farinha de rosca natural o bife à milanesa fica mais crocante.

Bife com Molho ao Conhaque


Ingredientes:

750 gramas de alcatra
2 colheres (de sopa) de margarina
1 colher (de sopa) de salsa picada
1 colher (de chá) de mostarda
1 colher (de chá) de molho inglês
Sal a gosto
Pimenta-do-reino a gosto
2 colheres (de sopa) de conhaque
1/4 de xícara de ketchup

Modo de preparo:

Em uma frigideira antiaderente, em fogo alto, doure a carne por 5 minutos de ambos os lados. Retire e reserve. Na mesma frigideira, misture a margarina, a salsa, a mostarda, o molho inglês, sal, pimenta e aqueça até borbulhar. Junte os bifes reservados.
Coloque o conhaque em uma concha de metal de cabo comprido. Aqueça em fogo alto, inclinando a concha um pouco, até o conhaque ficar em chamas. Despeje-o sobre os bifes e deixe que as chamas se apaguem. Retire os bifes e arrume-os em uma travessa aquecida. Junte o ketchup ao molho, mexa bem, regue os bifes e sirva

Bife à Parmigiana


Ingredientes para o molho:

2 dentes de alhos picados
4 tomates maduros picados
1/4 de xícara de azeite de oliva
1 cebola média picada
1 colher (de chá) de sal
1 pitada de pimenta-do-reino

Modo de preparo:

Prepare o molho: em uma panela média, aqueça o azeite. Junte a cebola, o alho e refogue, mexendo até a cebola ficar macia. Acrescente o tomate, tampe e cozinhe em fogo baixo, mexendo às vezes, por 15 minutos, ou até o molho engrossar um pouco. Retire do fogo e passe por uma peneira sobre uma tigela. Tempere com o sal e a pimenta. Preaqueça o forno quente (200ºC).
Prepare os bifes: Tempere os bifes com o sal e o alho. Passe-os na farinha de trigo, depois no ovo batido e por último na farinha de rosca, envolvendo-os bem. Em uma panela média, aqueça o óleo em fogo alto. Frite os bifes, 2 de cada vez, até ficarem dourados por igual. Escorra sobre papel-toalha.
Em um refratário médio, distribua os bifes lado a lado, cubra com as fatias de mussarela e regue com o molho reservado. Asse por 10 minutos, ou até o queijo derreter. Sirva em seguida.

Dicas:

Caso prefira, use molho de tomates Pomarola ao sugo.
Ao retirar do forno você poderá enfeitar o refratário com seleta de legumes.
Sirva com arrroz branco

ENERGIZAÇÃO DOS CRISTAIS



Os cristais, desde as culturas antigas do mundo, eram usados para curar e equilibrar o ser humano. Na cultura antiga da Índia, Grécia e Egito, os cristais eram usados para energizar remédios e auxiliar na medicina, trazendo a cura para muitas pessoas. Os cristais são poderosas ferramentas que trazem o equilíbrio natural para as partes: físicas, psicológicas e espirituais. Eles representam o poder da natureza superior. Os cristais podem ser usados em conjunto com outras terapias, tendo uma afinidade especial com a terapia de cores.

A energia que sai dos cristais, é uma composição dos elementos da natureza e dos raios vibracionais. Transmitem uma espécie de raio que é absorvido pelo corpo fisico. Esses raios absorvidos pelo corpo, desbloqueiam e alinham os chakras, que são os sete centros de energia que todos nós possuímos.

Os cristais podem ser usados nas práticas de meditações e visualizações. Podemos invocar a presença de um cristal através de nossos pensamentos, apenas imaginando sua cor. Eles trazem energia vibracional de alta frequência, amplificado e focalizado nas energias naturais do corpo e da mente.

Cada cristal tem uma função específica, de acordo com seu tamanho e coloração. Os cristais grandes, como por exemplo a Drusa por ser um quartzo de várias pontas, é excelente para as limpezas dos ambientes.

Os cristais mais comuns, são os cristais de quartzo (transparente), por sua maneira fácil de usar e alinhar os chakras. Os cristais coloridos são usados em cima de cada um dos chakras, a fim de atingir problemas específicos, como por exemplo uma dor de cabeça. Não é aconselhável para os iniciantes em cristais, começar com os cristais coloridos. O seu uso incorreto poderá não trazer os resultados esperados.

Primeiro Cristal

É aconselhável para as pessoas que desejam obter um cristal, escolher um simples, como o quartzo (transparente). Segure o cristal em suas mãos e procure sentir a vibração que eles emitem. Se sentir uma mudança de temperatura nas mãos ou uma espécie de formigamento, este será o cristal ideal para você.

Após a compra do cristal escolhido, ele deverá passar por um processo especial de limpeza e energização. É importante saber que quando um cristal entra em contato com o corpo físico, ele absorve muitas energias negativas, precisando ser limpos e energizados antes de usar.

A limpeza em um cristal, faz com que todas as energias por ela absorvida sejam descarregadas. A energização devolve as energias ao cristal, desta maneira, estando pronta para usá-la novamente.

Método de Limpeza

Apresentamos algumas maneiras de como fazer uma limpeza em seu cristal:

a) Pegue uma bacia de vidro ou de plástico (não pode ser de alumínio), coloque água e sal grosso, deixando os cristais submersos por 24 horas ou mais.

b) Separe os cristais a serem limpos, deixe-os exposto à uma chuva forte, desta maneira eles descarregão as energias negativas para a terra.

c) Pegue o(s) cristal(is) a serem limpos. Ascenda um incenso de seu gosto e assopre a fumaça em direção aos cristais. Faça este processo 3 vezes.

Método de Energização

Apresentamos algumas maneiras de como fazer uma energização em seu cristal:

a) Para quem mora perto de um rio ou riacho, é uma ótima opção, deixar a água da correnteza cair sobre os cristais por alguns minutos.

b) Deixe os cristais exposto à luz solar, no mínimo por seis horas, ou deixe exposto a luz lunar, ficando a noite inteira.

c) Pegue um ou dois cristais de cada vez. Segure-os na mão, deixando a água da torneira cobrir os cristais, imaginando uma luz dourada penetrando no cristal. Permaneça com os cristais na água por 2 minutos ou mais.

d) Enterre os cristais e deixe-os por 24 horas.

e) Deixe os cristais perto de uma Drusa (Quartzo transparente com várias pontas) por algumas horas.

Método de Programação

Os cristais podem ser programados para determinados fins. Para iniciar uma programação em um cristal, é preciso estar em um ambiente calmo e inspirar bastante amor para dentro do cristal. Os cristais são sensìveis à mente, por isso, tenha cautela e paciência ao iniciar uma programação. Caso durante a programação surgir alguma interrupção, recomesse todo o processo novamente.

Se quiser programar o cristal para outros fins, lembre-se que é preciso passar pelo processo de limpeza e de energização, e então, dê a sequência da programação.

Este processo é dividido em 3 partes:

1) Escolha um cristal de sua preferência (quartzo transparente ou qualquer cristal colorido),

2) Segure-o na mão direita, pense mentalmente qual irá ser a sua função. Ex: "Este cristal vai curar...",

3) Permaneça com o cristal na mão por mais 10 minutos.

Usos Diversos

Banhos: Para obter um efeito de energização, escolha alguns cristais de sua preferência e coloque-os em uma banheira. Após o banho, limpe-os e energize-os novamente.

Energização de ambientes: Escolha alguns cristais e coloque-os dentro de um vidro, um deles precisa ser quartzo. A medida que a água dentro do vidro for mudando de cor e ficando escuro, troque a água e lave os cristais.

Uso pessoal: Escolha um cristal e coloque dentro de um veludo e carregue-o dentro da bolsa, no bolso ou qualquer outro lugar de sua escolha. Ou coloque um cristal de sua escolha dentro do travesseiro enquanto dorme.

Plantas: Escolha um cristal de sua preferência e coloque perto da raiz da planta a ser energizada.

Para ser absorvida a energia de um cristal, vire a ponta do cristal de modo que fique direcionado à você. Se for passar energia para outra pessoa, direcione a ponta do cristal para a pessoa que irá receber a energia.

Cristais Significado das Pedras


ÁGATA

Esta pedra fortalece o coração, dá coragem e é um antídoto contra venenos: Diz-se que a ágata abaixa as febres e tem até mesmo a propriedade das águas refrescantes. Aguça a visão, ilumina a mente, concede eloqüência, auxilia na descoberta de tesouros e atrai heranças.

A ÁGATA MUSGOSA

Aumenta a vitalidade. Amuletos de ágata são úteis contra picadas de cobra, paralisia e enfermidades mentais. Esta pedra também fortalece o poder do sol em seu usuário, aperfeiçoa seu ego e sua auto - estima, assim como o desejo sexual.

ÁGUA MARINHA

É a pedra dos videntes e dos místicos de alma pura que sentem tudo, da clareza de visão mental e da onisciência. É boa para os olhos. Recomenda-se seu uso perto do coração para assim influenciar o plexo solar. Quem a possui torna-se jovem e corajoso, com um coração verdadeiro e quente, ama família e amigos participa de um casamento feliz. Auxilia contra dores nervosas, perturbações glandulares, problemas com os pescoços, o queixo e a garganta, contra dores de dente, tosse e estômago. Protege os marinheiros.

ALEXANDRITA

Variedade verde-escuro crisoberilo à luz natural, e vermelha na luz artificial. Seu nome vem do Czar Alexandre II. Permite descobrir a mentira e o engano em pessoas próximas. Protege o sistema nervoso e alivia vários tipos de câncer.

AMAZONITA

Exerce poderosa influência no jogo facilitando a obtenção de sucesso. Ajuda a aperfeiçoar a expressão corporal. Alivia e acalma o cérebro e o sistema nervoso. Fortalece o coração e o corpo físico. Auxilia no parto. Acentua qualidade masculina. Bom para quem está envolvido na atividade artístico.

ÂMBAR

É a seiva fóssil de um pinheiro que existiu há milhões de anos. Capturados dentro desta resina encontram-se com freqüência pequenos insetos, flores e sementes de oriente pré-histórico. O âmbar detém o poder de afastar doenças do corpo. É benéfico colocar a pedra numa parte do corpo com desequilíbrio ou com dor. Ela absorverá a energia negativa e ajudará o corpo a receber-se. Também é indicado para pessoas com tendência suicidas ou auto destrutivas.

PEDRA DA LUA

Absorve energia da lua, acalma a mente e está relacionada com as emoções humanas. Utilizada contra stress e depressões. Serve para nos proteger contra tendências auto destrutivas. Ajuda aos homens a atrair o elemento feminino, assim como outorga um imenso poder de sedução.

PIRITA

Útil no tratamento de problema respiratório, aplicada na garganta. Ajuda na bronquite e alergias. Pela sua semelhança ao ouro, é considerada a pedra que atrai dinheiro e riqueza, assim como facilita realizar bons negócios.

QUARTZO AZUL

Auxilia o desenvolvimento da paciência, tolerância e compaixão. É calmante, anti-inflamatório e regula os hormônios. Útil contra o desconforto no período menstrual. Favorece as relações e a expressão, estimulando o comportamento casual e espontâneo.

QUARTZO ROSA

O rosa é suave e calmante desta pedra, serve para curar mágoas acumuladas pelo coração. Ela dissolve a carga acumulada que reprimem a capacidade de dar e receber amor. Emana uma energia que substitui as tristezas, temores e ressentimentos, e revolve os problemas emocionais.

QUARTZO VERDE

Fortalece a saúde em geral, tonifica e estimula a circulação sangüínea e restabelece a energia do corpo. Da sorte no amor e no jogo.

RODOCROSITA

Alivia e acalma o coração. Tem forte influência no processo criativo e da mente intuitiva e ajuda na depressão. Cria sentimento de paz, e calor humano.

RUBÌ

Auxilio na concentração e dá força mental. Fortalece o coração. Deveria ser usado com prata na mão esquerda. Trabalha com o sangue e a circulação.

SAFIRA

Contra as influências negativas. Alivia contra reumatismo, ciática, dores nevrálgicas, epilepsia e histeria. Estimula a oração e a meditação profunda.

SODALITA

Fortalece a comunicação e expressão criativa. Ajuda a ser mais objetiva e menos críticos sobre os modos de lidar com a existência. Ensina a examinar as metas depois que elas forem atingidas. Estimula a coragem e a persistência.

TOPÁZIO

Promove a paixão e alivia o medo. Dá força e inteligência. Magnetiza nosso ser. Estimula a clareza mental. Seu brilho diáfano nos favorece alegria de viver e de enfrentar a vida com otimismo fé no futuro. Carrega-la no bolso e toca-la em período de dúvida e incerteza pára ajudar na tomada de decisões corretas.

TURMALINA AZUL

Estimula o bom funcionamento do pulmão; laringe e garganta. Ajuda na insônia e permite ter um sono tranqüilo e reparador.

TURMALINA PRETA

Repele a energia negativa. Desfaz medo e condições negativas. Aumenta a sensibilidade, inspiração e compaixão, compreendendo-as melhor. Grande poder de cura, forças elétricas bem fortes. Nivela os relacionamentos. Ampliador dos pensamentos.

TURMALINA ROSA

Ela é a doadora do amor na esfera material. Sua mera presença gera alegria e entusiasmo pela vida. Utilizar, carregar, usar a turmalina rosa ou com ela meditar, inspirará o coração a livrar-se de mágoas passada e voltará a confiar na força do amor.

TURMALINA VERDE

Trata-se de uma pedra curativa em todos os sentidos. Ela é capaz de purificar e fortalecer o sistema nervoso, capacitando-o a conduzir quantidades maiores de força espiritual.

TURQUESA

Tem a capacidade de absorver sentimentos negativos que poderiam vir a seu portador. Sua cor muda quando o portador esta doente ou quando algo desagradável esta para acontecer. Protege contra a poluição do ambiente. Melhora a meditação, circulação e paz de espírito. Grande poder de cura. Pedra sagrada para budistas tibetanos. Um símbolo do mar e céu. O mar fala da profundeza da alma e o céu fala da ascensão ilimitada.

Principais Pedras Dos Signos

Áries: (21/03 a 20/04) - Jaspe,Topázio

Touro: (21/04 a 20/05) - Quartzo Rosa, Lápis Lázuli

Gêmeos: (21/05 a 20/06) - Citrino, Olho de Tigre, Ágata

Câncer: (21/06 a 21/07) - Quartzo cristal, Quartzo fumê

Leão: (22/07 a 21/08) - Quartzo cristal, Ágata

Virgem: (22/08 a 22/09) - Ágata, Jaspe

Libra: (23/09 a 22/10) - Quartzo cristal, Quartzo fumê

Escorpião: (23/10 a 22/11) - Jaspe, Citrino

Sagitário: (23/11 a 22/12) - Topázio, Quartzo cristal

Capricórnio: (23/12 a 19/01) - Quartzo fumê, Ônix

Aquário: (20/01 a 19/02) - Água marinha, Quartzo cristal

Peixes: (20/02 a 20/03) - Ametista, Quartzo cristal .

Prepare em casa sais e açúcar aromatizados


A aromatização do sal e do açúcar confere charme e um sabor especial às receitas. Mas será que é preciso ser um especialista na cozinha para fazer em casa esse tipo de ingrediente? Segundo o chef Stefano Bignotti, do Faggi Café & Bistrot, não. “Em geral, o preparo é bem simples. Para o sal com ervas, por exemplo, basta triturar tudo no liquidificador. A exceção é o sal defumado, que precisa ser comprado pronto”.

Stefano explica que os sais aromatizados combinam com todos os tipos de carnes e assados, enquanto o açúcar de baunilha vai bem em chás, cafés e até em receitas de bolos, pães-de-ló e macarrons. “A imaginação de cada um é o limite”, garante ele. “Para carnes de caça ou cabrito, por exemplo, é ótimo usar sal aromatizado com bastante alecrim, que confere um sabor rústico ao prato”, ensina o chef.

E, além de saborosos, os ingredientes que passam pelo processo de aromatização ainda têm durabilidade longa. “Tanto o sal quanto o açúcar devem ser guardados em um vidro com tampa, de preferência uma que tenha borracha por dentro, para impedir a entrada de ar. Desse modo, eles se manterão em condições de uso por até um ano”, afirma Stefano.
Sal com ervas
Ingredientes
- Para cada 1kg de sal grosso, acrescente de 50 g a 80 g de um mix de ervas (pode ser tomilho, alecrim e manjericão, sempre na mesma proporção)

Preparo
Triture os ingredientes no liquidificador, usando a tecla pulsar. Passe na peneira e triture novamente.

Confira a receita de açúcar de baunilha :

Açúcar de baunilha
Ingredientes
Para 1kg de açúcar, use cinco favas de baunilha

Preparo
- Pique as favas de baunilha e processe no liquidificador com 1/5 do açúcar. Peneire e volte a processar o que não passar na peneira. Depois, misture bem com o açúcar restante e guarde em um pote hermeticamente fechado.

Veja como preparar sal de framboesa e açúcar de cardamomo, usados pela chef Roberta Ciasca no restaurante Miam Miam.

Sal de framboesa
Ingredientes
1 medida de suco de framboesa fresca para 2 medidas de sal

Preparo
- Processe a framboesa com o sal e coe usando um pano. Leve ao fogo bem baixo, mexendo sempre, até secar. Muito cuidado para não deixar torrar. O resultado é um sal bem rosa.

Como usar:
O sal de framboesa foi criado para ser colocado na borda da taça do drinque Blue Margarita, servido em um evento (não faz parte da carta do restaurante).

Açúcar de cardamomo
Ingredientes
15 favas de cardamomo
1 xícara de açúcar

Preparo
- Processe as favas de cardamomo no liquidificador. Depois, acrescente o açúcar e peneire.

Como usar:
O açúcar de cardamomo é usado como ingrediente no drinque Jourdan, preparado com vodca Absolut vanilla e mix de limões.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

HISTÓRIA DA CACHAÇA



Os antigos egípcios deram o primeiro sinal. Curavam suas moléstias inalando vapor de líquidos fermentados. Os primeiros a destilar uma bebida foram os chineses. Já os gregos tomaram a dianteira e registraram o processo de obtenção da "acqua ardens", entre 23 e 79 dC, batizada por Plínio, o Velho, de alkuru. Suas propriedades transformaram a água ardente, que pegava fogo, em água da vida, por suas características medicinais. A "Eau de Vie" foi receitada como elixir da longevidade
Com a expansão do Império Romano, a aguardente invadiu territórios e aprimorou sua tecnologia de produção. Na Itália, o destilado de uva ficou conhecido como "grappa". A partir da cereja, a Alemanha desenvolveu o "kirch". A Escócia fez o uísque da cevada maltada, a Rússia destilou o cereal para obter a vodca, e do arroz veio o saquê japonês. Em Portugal, a "bagaceira" era produzida com o bagaço da uva.
A cana de açúcar chegou ao Brasil trazida da Ilha da madeira pelos portugueses, ainda no séc. XVII. No engenho de Martin Afonso de Souza, da capitania de São Vicente, logo descobriram o vinho da cana, conhecido como "garapa azeda", líquido restante dos tachos de rapadura, que servia de alimento para os animais. Os escravos passaram a tomar esta bebida, inicialmente apenas fermentada. Foram eles também que começaram a destilar a mistura, então chamada "cagaça". Semanticamente, de cagaça a cachaça foi um pulo e a nova bebida se transformou em moeda corrente para a compra de escravos na África. A produção de cachaça artesanal prosperou, inicialmente, no litoral sul do Rio de Janeiro. A descoberta de ouro nas Minas Gerais trouxe uma infinidade de aventureiros de todas as partes do país. Para aquecer as frias noites em meio às montanhas da Serra do Espinhaço, só mesmo o destilado de alto teor alcoólico. Isso incomodou a Coroa portuguesa, pois a cachaça roubava mercado do vinho do Porto e da bagaceira. Alegando que a bebida prejudicava a extração de ouro nas minas, a Corte proibiu várias vezes a produção e comercialização da cachaça. Não funcionou e acabou por cobrar uma alta tributação da bebida mais consumida no estado. A aguardente transformou-se, então, em símbolo da resistência a Portugal. As técnicas de produção se aprimoraram, mas MG se manteve fiel às tradições. Não abre mão, por exemplo, do alambique de cobre. A flora local também colaborou para o desenvolvimento das técnicas de envelhecimento na madeira, o que sofistica o produto.

No entanto, era preciso melhorar a qualidade do produto e foi em Salinas no norte do Estado, que um pequeno fazendeiro, chamado Anísio Santiago, introduziu a técnica de separar, durante a destilação, a cachaça em três frações. Somente a do meio, chamada de coração, considerada nobre, passou a ser envelhecida e comercializada. Porém, até há pouco tempo, a cachaça era uma bebida encontrada somente em "botecos", sem controle de qualidade e consumida por classes menos favorecidas. Talvez o descaso com a cachaça tenha sido pela sua origem "pouco nobre" na visão de colonialistas e escravocratas, assim como aconteceu com a feijoada, pois ambos constituíam comida e bebida típicos de escravos. Somente em 1988, um grupo de produtores, em parceria com universidades e com o Instituto de Desenvolvimento do Estado de MG, (INDI) criou a Associação dos Produtores de Aguardente de Qualidade (AMPAQ). Desde então, a Associação estabeleceu normas de fabricação, ministrando cursos e palestras; criou, igualmente, um selo de qualidade, o primeiro para bebidas alcoólicas do país.