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segunda-feira, 23 de agosto de 2010
História do chocolate
Chocolate derretido e em tabletes
Sementes de cacau, a matéria-prima do chocolate, no fruto do cacaueiro.
O chocolate é um alimento, encontrado na forma pastosa, sólida e de bebida doce ou amarga, feito a partir da amêndoa torrada do cacau; antes dos espanhóis chegarem às Américas, os astecas já conheciam o cacau. Com ele, faziam um líquido escuro que chamavam de xocoatl (do náuatle xococ "amargo" + atl "água". Em 1502, a ilha de Guanaja, habitada pelos astecas, povo místico e religioso, recebeu a esquadra de Colombo. O navegador foi um dos primeiros europeus a provar o sabor do chocolate.
O chocolate vem sido usado como bebida desde o começo de sua história. Registro mais antigo do uso de chocolate data de muitos séculos atrás. Em Novembro de 2007, arqueólogos encontraram vestígios da mais antiga plantação de cacau numa região de Puerto Escondido, em Honduras, que data de 1100 a 1400 a.C. Os resíduos encontrados e o tipo de recipiente em que estavam indicam que o uso do cacau não era apenas como bebida, mas que a parte branca que envolve os grãos de cacau era usada como fonte de açúcares fermentáveis para uma bebida alcoólica. A civilização maia cultivava o cacau em seus quintais e usavam as sementes para fazer uma bebida amarga. Documentos a respeito dos hieróglifos maias dizem que o chocolate era usado para fins cerimoniais assim como no cotidiano. Os resíduos de chocolate numa peça de cerâmica maia de Río Azul, na Guatemala, sugerem que os maias já bebiam chocolate por volta do ano 400 d.C. No Novo Mundo, o chocolate era consumido numa bebida amarga chamada xocoatl , e era geralmente temperada com baunilha e pimenta. O xocoatl, acreditava-se, combatia o cansaço
O chocolate também era um bem luxuoso e importante na América Central pré-colombiana, e os grãos de cacau eram usados como moeda. Povos europeus e da América do Sul vêm usando o chocolate para o tratamento de diarréia há centenas de anos. Todas as áreas conquistadas pelos astecas eram obrigadas a plantar cacau e pagar um imposto em grãos
Até o século XVI, os europeus nunca tinham ouvido falar da popular bebida dos povos das Américas do Sul e Central. Não foi até a conquista dos astecas pelos espanhóis que o chocolate passou a ser importado pela Europa, onde rapidamente se tornou um favorito da corte. Para acompanhar a alta demanda da nova bebida, o exército espanhol começou a cultivar o cacau em plantações onde trabalhavam escravos nativos. Mesmo após a produção do cacau se tornar algo comum, apenas a realeza e os ricos podiam se dar ao luxo de consumir essa cara importação. Logo, os espanhóis passaram a cultivar o cacau em plantações, usando mão-de-obra africana escravizada para administrá-las. A situação era outra na Inglaterra: qualquer um com dinheiro poderia comprar o chocolate. A primeira chocolataria de Londres foi inaugurada em 1657. Em 1689, o famoso médico e colecionador Hans Sloane desenvolveu uma bebida de leite com chocolate na Jamaica que foi inicialmente usada por boticários, mas mais tarde vendida para os irmãos Cadbury
Por centenas de anos, o processo de fabricação do chocolate permaneceu o mesmo. Quando a Revolução Industrial chegou, muitas mudanças ocorreram e trouxeram o alimento para a forma em que o conhecemos hoje. No século XVIII, máquinas de espremer manteiga de cacau foram criadas. Isso ajudava a fazer um chocolate mais consistente e durável. A partir daí, o consumo do chocolate foi popularizado e espalhado pelo mundo todo.
O chocolate no Brasil
Várias fábricas se instalaram no Brasil. Em Porto Alegre os irmãos alemães Franz e Max Neugebauer, juntamente com o sócio Fritz Gerhardt fundaram a empresa Neugebauer Irmãos & Gerhardt em 1891.
Outras empresas, como Nestlé, Garoto e Lacta, além de companhias de menor parte, estão envolvidas na comercialização de chocolate no Brasil.
O tradicional chocolate ao leite brasileiro possui um baixíssimo percentual de cacau.[carece de fontes?] O chocolate comercializado no Brasil é rico em açúcar, aromatizantes artificiais e em gordura hidrogenada. Comparando-se uma barra de chocolate comercializada no Brasil e na Europa, as mesmas empresas oferecem produtos com uma grande diferença de qualidade.
Tipos de chocolate
O chocolate é um alimento popular que tem conhecido diversas formas de apresentação.
Pode ser bebido (chocolate em pó ou achocolatado) com leite, ou em tabletes. Neste caso é apresentado em muitas versões: ao leite (em Portugal diz-se chocolate de leite), branco, amargo, com amendoim, amêndoa ou avelã, com ou sem recheio, etc., variando em função do acréscimo em partes diferentes de seus componentes individuais e assim, varia também seu valor calórico, que em qualquer dos casos é elevado.
# O chocolate amargo é feito com os grãos de cacau torrados sem adição de leite, e algumas versões permitem a sua utilização como base para sobremesas, bolos e bolachas. Deve-se usar um mínimo de 35% de cacau, segundo as normas européias.
# O chocolate ao leite ou chocolate de leite leva na sua confecção leite ou leite em pó. As normas européias estabelecem um mínimo de 25% de cacau.
# A couverture é o chocolate rico em manteiga de cacau, utilizados pelos profissionais chocolateiros, como a Valrhona, Lindt & Sprüngli, Theo Chocolate e outros, com mais de 70% de cacau, e gordura de cerca de 40%
* O chocolate branco é feito com manteiga de cacau, leite, açúcar e lecitina, podendo ser acrescentados aromas como o de baunilha[3]. Inventado na Suíça após a I Guerra Mundial, só foi divulgado nos anos 80 do século XX pela Nestlé.
A Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP desenvolveu um chocolate à base de cupuaçu, que pertence à mesma família do cacau.
Quanto ao formato, o chocolate pode ser comercializado em tabletes, barras, gotas, raspas e em outras versões mais peculiares, como na forma de ovos e línguas de gatos.
Saúde
Apesar de o chocolate ser geralmente consumido por prazer, há alguns efeitos positivos para a saúde na ingestão do alimento. O cacau ou o chocolate amargo, por exemplo, são benéficos para o sistema circulatório. Outros efeitos incluem as propriedades anticancerígenas, estimulantes cerebrais e a capacidade de curar diarréias, entre outros. As propriedades afrodisíacas dos chocolates ainda não foram comprovadas.
Por outro lado, ingerir grandes quantidades de alimentos altamente energéticos, tais como o chocolate, aumenta o risco de obesidade. Há uma preocupação a respeito de casos de envenenamento leve por chumbo através do consumo de alguns tipos de chocolate.
Um estudo da BBC indicou que um chocolate derretendo na boca de uma pessoa causa um aumento na atividade cerebral e nos batimentos cardíacos que é mais intenso do que o associado a beijos apaixonados, e que duravam quatro vezes mais tempo após o término na atividade.
Efeitos no sistema circulatório
Estudos recentes sugerem que o cacau e o chocolate amargo podem surtir certos efeitos benéficos na saúde humana. O cacau possui uma considerável ação antioxidante. Outros estudos também observaram que ocorre uma pequena diminuição na pressão sangüínea após o consumo diário de chocolate amargo. Existe até mesmo uma dieta, a "Dieta do Chocolate", que sugere a ingestão de cacau e chocolate em cápsulas. No entanto, o consumo de chocolate ao leite ou chocolate branco, ou beber chocolate amargo com leite gorduroso, parecem anular o benefício na saúde. Na verdade, quantidades pequenas e regularmente ingeridas de chocolate reduzem o risco de ataque cardíaco.
Afrodisíaco
A cultura romântica considera o chocolate um afrodisíaco. As famosas qualidades afrodisíacas do chocolate estão geralmente associadas ao simples prazer sensual de seu consumo. Além do mais, a natureza doce e gordurosa do chocolate estimula o hipotálamo, induzindo sensações prazerosas e elevando o nível de serotonina. Apesar de a serotonina ter efeitos prazerosos, em excesso pode ser convertida em melatonina, que, por sua vez, reduz a libido. Finalmente, o chocolate tem substâncias que podem ativar receptores canabinóides, o que causa sensações de sensibilidade e euforia. Um presente com chocolates é um ritual de corte muito comum.
Há uma crença popular de que o consumo de chocolate pode causar acne. Vários estudos mostram que esse é o caso de alimentos com alto índice glicêmico em geral, apesar de essa questão ainda estar sendo estudada. Sabe-se que o leite estimula o aparecimento de espinhas.
Valor nutritivo
O chocolate é um alimento muito nutritivo. Contém proteínas, gorduras, cálcio, magnésio, ferro, zinco, caroteno, vitaminas E, B1, B2, B3, B6, B12 e C. Estudos recentes sugerem a possibilidade de o consumo moderado de chocolate preto e amargo trazer benefícios para a saúde humana, nomeadamente devido à presença de ácido gálico e epicatecina, flavonóides com função cardioprotetora. Sabe-se que o cacau tem propriedades antioxidantes. O chocolate constitui ainda um estimulante devido à teobromina, embora de fraca capacidade. O chocolate também possui cafeína e sua ingestão faz com que o corpo libere neurotransmissores como a endorfina.
Efeitos em animais
Em certas quantidades, a teobromina encontrada no chocolate é venenosa a animais como cães, gatos (especialmente filhotes), cavalos, papagaios e hamsters. Alimentados com chocolate, estes animais não conseguem metabolizar a substância eficazmente, e esta permanece no seu sistema circulatório por quase 20 horas. Esses animais podem, devido ao consumo, ter convulsões, ataques cardíacos, hemorragia interna, e às vezes a morte. O tratamento médico deve fazer com que o animal vomite o chocolate dentro de duas horas depois de engolido, ou levá-lo a um veterinário.
Um cão de 20 kg irá normalmente sentir dores de estômago depois de comer menos que 240 g de chocolate com leite, mas não irá necessariamente ter bradicardia ou taquicardia a não ser que ele coma pelo menos meio quilo de chocolate de leite. Se ele não expelir o chocolate do seu sistema por causa do açúcar ou da gordura, então ele terá 50% de probabilidade de sobreviver depois de comer 5 quilos. Chocolate preto (com menos leite) tem aproximadamente 50% a mais de teobromina e por causa disso é mais perigoso aos cães.
O Chocolate na cultura popular
Festividades
O chocolate é um dos "presentes" mais populares em festividades. No Dia dos Namorados, uma caixa de chocolates é geralmente presenteada. Também faz parte de outras datas comemorativas, incluindo Natal e aniversários. Na Páscoa, ovos de chocolate são presentes populares. Um ovo de chocolate é feito basicamente de tipos diferentes de chocolates e pode ser maciço, oco ou recheado (com recheios diversos ou surpresas).
Livros e filmes
O chocolate tem sido tema central de diversos livros famosos e suas versões cinematográficas. Em 1964, Roald Dahl publicou um livro infantil intitulado A Fantástica Fábrica de Chocolate. A história gira em torno de um menino pobre chamado Charlie que é convidado a visitar a maior fábrica de chocolates do mundo, propriedade de Willy Wonka. Duas adaptações do livro foram feitas para as telas de cinema.
Chocolate é um livro de 1999 escrito por Joanne Harris. Conta a história de Vianne Rocher, uma jovem mãe solteira, cujos chocolates mudam a vida das pessoas através da mágica dos ingredientes, sempre diferentes a cada receita e feitos quase como encomenda, tão apurados são os efeitos nas vidas das pessoas.
Outros aspectos
* A um indivíduo compulsivo em comer chocolates e/ou afins dá-se o nome de chocólatra. Aquele que não tem autodomínio diante de qualquer tipo de chocolate em qualquer forma.
* Na sociedade atual o chocolate possui uma característica interessante servindo como um substituto à linguagem no relacionamento humano, estabelecendo relação de comunicação de laços de amizade, solidariedade e amor. Dar uma caixa de bombons pode significar: "feliz aniversário", "boa viagem", "desculpe-me", "saúde" ou "estou apaixonado por você". Trata-se de um presente difundido no Dia dos Namorados, Dia das Mães e em alguns países também se valem de bombons para recompensar os filhos exemplares. Durante a Páscoa é transformado em coelhos e ovos, símbolos da Ressurreição de Cristo.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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